Mãe do Gabi: Os Terríveis 02 Anos!

Lá em casa estamos com um dilema bem comum: Os Terríveis 02 Anos!

Do nada (e do nada meeesmo) nosso bebê lindo, querido, obediente e comportado virou um bebe respondão, que só sabe falar “não” e que quer nos contrariar em tudo. Se eu digo que ele precisa comer o macarrão, ele só come a salada. Se eu insisto pra comer a salada, ele só come a carne. E assim por diante.

Eu estava ficando louca, sem saber o que fazer. De uma hora pra outra, ele cruza os braços e começa a dizer “eu não vou fazer isso” (isso no caso é o que estamos fazendo naquele momento, que é ver TV, ou estar andando, ou estar brincando).. ele simplesmente fecha a cara e diz “eu não vou ver TV” ou “eu não vou brincar”, e se coloca num canto com a cara fechada e os braços cruzados.

Aí comecei a pensar – Senhor, o que eu fiz de errado?? – até que fui pesquisar a respeito. E acabei me acalmando, é normal genteee! :)

Bem, essa fase é conhecida como “Terrible Two” ou “Os Terríveis 02 anos”. Ela acontece entre os 18 meses e os 03 anos de idade, e varia de criança pra criança. É a chamada Adolescência do Bebê. No meu caso começou a uns 4 meses (ele tinha uns 02 anos e 02 meses) e levei esse tempo quase todo pra descobrir o que era e agir de maneira correta.

Nas primeiras crises de Birra eu fiz o que achava que todas as mães faziam, briguei com ele. Mas eu vi que aquilo não estava me ajudando muito, pois não o impedia de fazer novamente. Ai comecei a agir de outra maneira, sempre que rolava a birra eu ignorava ou tentava distraí-lo com outra situação. Vou colocar em exemplos:

1 - Uma noite dessas eu preparei um banho bem gostoso pra ele na banheira (ele adoooora) e o chamei pro banho, ele fechou a cara e disse “eu não vou tomar banho”... e agora? O que eu faço? Banho é uma coisa que ele gosta, como pode não querer? Aí eu me abaixei, olhei pra ele e perguntei: “filho, qual o brinquedo que tu queres levar pra banheira hoje???” não deu 02 segundos ele desemburrou, correu no quarto, escolheu 03 brinquedos e foi pra banheira feliz :)

2 – Estávamos na minha mãe e minha irmã (Nine) estava contando histórias pra ele no sofá.. de repente ele desceu do sofá, fechou a cara e disse “eu não quero escutar essa historia”. Minha irmã olhou pra ele e disse: “tudo bem, eu conto pro Dines (o gato da minha mãe)” ela pegou o gato no colo e começou a fingir que estava contando a história pra ele. O Gabriel correu no sofá e disse “Não Nine, conta pro Biel, não conta pro Dines”, e eles ficaram lá na contação de histórias por mais algum tempo. :)

Ou seja, em nenhuma das vezes a gente satisfez o desejo dele, a gente só mudou o foco, distraiu ele, mostrou outros pontos da mesma situação.. e deu certo!! As dicas da maioria dos especialistas que eu li diz a mesma coisa, precisamos aprender a lidar com essa fase, pois ela passa, mas pode demorar!

Nessa fase a criança está se descobrindo como pessoa (opa, eu tenho voz, posso decidir coisas, posso falar “não” tanto quanto meus pais) e ela vai querer testar isso. Por isso as Birras acontecem... ela acha que agora que sabe que é um ser humano e que pode decidir não deve ser contrariada. Mas ela ainda não tem certeza do que quer. É bem comum a criança pedir uma coisa e quando você entrega ela não quer mais. Tipo.. “mãe, quero água”, e quando eu entrego o copo ele e me olha e diz “eu não quero isso” (muita vezes choramingando e batendo os pés!). Mas outra coisa que acontece nessa fase é que eles descobrem os sentimentos. Eles passam a nos chamar de ‘Lindas’, a dizer ‘Eu te Amo’, a dizer que teve ‘Saudades’, a pedir que você fique em casa pra brincar com eles ao invés de ir trabalhar.. essas coisas. E isso é muito bom. Faz a gente acreditar que existe algo bom no meio do crise, rsrsrsrsr!

Separei pra vocês algumas perguntas que os especialistas mais ouvem:

O que eu faço??
Recomenda-se que os pais sejam tranquilos e seguros na hora de dizer não para o filho. é importante também não voltar atrás só porque a criança caiu no choro.

Existe uma maneira de evitar essa fase?
Não há a necessidade de tentar evitar esse período e nem há como fazê-lo. O importante é conhecer e lidar de modo construtivo com essa fase dos pequenos.

O que fazer quando se jogam no chão em locais públicos?
Primeiramente, descarte palmadas, tapas, puxões de orelha ou qualquer outro comportamento agressivo para tentar conter uma birra. Antes de sair, converse com o seu filho e o contextualize sobre o passeio. Opte por disciplinar a criança após a birra, que é o momento em que ela está colocando para fora sua frustração e seu descontentamento. Após ela parar de fazer a birra, você se abaixa para conversar. Evite dar broncas e repreender seu filho na frente de outras pessoas para que ele não se sinta constrangido e você também. Uma dica bacana para mudar o foco da birra é chamar a atenção da criança para outra situação. Mostre um objeto ou comece a falar de outro assunto. Ignorar a birra costuma dar ótimos resultados

Dicas para sobreviver a crise:

- Avalie suas expectativas. Crianças não se comportam como adultos. Considere que seu filho tem 2 anos e está nesse momento do desenvolvimento e você sabe que vai passar. Se você respeitar e aceitar vai perceber que há algo de belo em observar seu filho aprendendo a lidar com seu próprio mundo.

- Reconheça nele a capacidade de colaborar e de compreender as situações. Por exemplo: Descreva o que vai acontecer com ele. “Iremos ao banco, depois ao mercado e na volta compraremos a figurinha que prometi a você. Você poderá escolher a figurinha que quiser. Combinado?”.

- Ofereça uma opção. Ele se sentirá respeitado e valorizado e com algum controle sobre seu próprio mundo. Ex: “É hora do banho. Qual brinquedo você levará contigo hoje?”

- Seja coerente e constantes nos limites que estabelecer. A criança precisa aprender a reconhecer o que pode e o que não pode ser feito.

- Dê a criança um tempo para que lide com a frustração. “Está chegando a hora de ir embora. Vou começar a guardar alguns brinquedos pois teremos de partir”.

- Reconheça contextos que aumentam a chance de “crises”. Quando as crianças estão lidando com algum estressor interno (como fome, sono ou quando estão doentes, por exemplo) apresentam uma dificuldade maior de lidar com um novo evento. Respeito à rotina e à condição da criança pode evitar muitos conflitos.